terça-feira, 8 de setembro de 2015

Peru: Huaraz

Aclimatação: Trilhas e Arredores
Parte 2

Salve montanheiros!

Seguindo as publicações a respeito de Huaraz, aqui seguem algumas fotos do meu segundo dia por lá, que foi basicamente destinado a aclimatação.

Quando fiz essa primeira viagem resolvi contratar uma agência especializada em Turismo de Aventura, pois por ser a primeira vez, achei arriscado fazer por conta própria uma viagem pro meio do nada, num lugar completamente inóspito e sem muitas noções de orientação. Na época eu não era tão bom geógrafo quanto hoje.

Meu guia se chamava Abel. Era um peruano robusto de 57 anos (isso em 2012) e ele falava igualzinho àquele índio do desenho Pica-Pau. Entre outras palavras, era praticamente um remanescente dos Incas. Abel é Guia certificado pela Associação de Guias de Montanha do Peru - posto que ele fazia questão de defender com orgulho - e falava fluentemente o francês, pois havia morado alguns anos na França para se certificar como Guia nos Alpes. O cara era ferradão.


Abel, o Guia
Aprendi muito com o Abel, não só sobre os lugares, a cultura e a forma de andar nas montanhas. Mas aprendi sobre o silêncio. Aprendi sobre a importância do silêncio da montanha. Éramos apenas ele e eu. Ninguém mais. Estávamos tão sozinhos, mas tão sozinhos, que muitas vezes eu me sentia o próprio Bear Grylls nas gravações de Man x Wild.

Casas de barro eram as construções que dominavam os arredores da cidade
Saímos muito cedo do hotel e começamos a caminhar rumo às montanhas. A região era bastante pobre por onde passávamos. Casas de barro, com crianças trabalhando do lado de fora, tirando os grãos de milho dos sabugos com suas pequeninas mãos calejadas. Era esse o nosso trajeto. Eram essas as imagens que me marcariam para sempre.

A pedra simula o formato da mochila. Era essa a sensação que eu tinha ao carregá-la
Vista panorâmica: Cidade de Monterrey com a Cordillera Negra ao fundo
 As subidas não eram difíceis, mas afetavam os meus pulmões, que devido à altitude, já sentiam uma fração do que é o mal da montanha. Fazíamos pequenas pausas, aproximadamente a cada 45 minutos, ou quando o aclive se tornava abruptamente íngreme.


Arredores de Huaraz, próximo à região de Curhuas
Caminhamos por várias horas, com o sol a pino, mas havia frescor no ar por estarmos no inverno. O clima era paradoxal, porque ao mesmo tempo que você sentia o sol queimando, você sentia o frio gelando.

Cemitérios em meio às montanhas
Uma das coisas que mais me chamou a atenção por onde eu passava foram as cruzes. A cruz virou um símbolo importante na cultura moderna do Peru após a colonização e catequização dos povos ameríndios. É estranho conseguir enxergar duas culturas fortemente exteriorizadas em um único povo através das cores da cultura peruana em geral e a imagem da cruz do Cristianismo.

Uma pequena igreja resguardava isolada o silêncio no meio das montanhas
Abel concentrado em silêncio, provavelmente fazendo a sua prece
Após este dia de trilhas leves, descemos rapidamente até Monterrey e pegamos uma Van que nos levou de volta a Huaraz, onde pudemos descansar e desfrutar de um bom Mate de Coca.

Bom galera, é isso aí!
Esse foi o reconhecimento nos arredores de Huaraz para os preparativos do que viriam a ser uma das trilhas mais fantásticas da minha vida!

Abraços e até a próxima!

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Arredores de Huaraz
Altitude: 3.500 m aprox.
Local: Parque Nacional Huascarán / Ancash / Peru
Categoria: Trekking / Hiking

Dificuldade: Moderada


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